terça-feira, 6 de março de 2012

Vizinhos

No brilho desta manhã,
O teu corpo me aquece,
Fica entre tu e eu,
Esse nosso segredo.

Como testemunhas, o sol,
E as pedras que rodeiam este lugar,
Como vizinhos que somos,
É melhor que eu morra primeiro.

E já que tomamos esse caminho sem volta,
Deixamos de lado as nossas mentiras,
Esqueçamos nossas revoltas,
E os tantos anos de intrigas.

Já não precisamos de roupas,
Nem fingir inimizade,
Agora sou teu,
E tu és minha infinita liberdade.

A minha morada,
Também é tua,
E os muros de nossos quintais,
Transformaram-se em pontes.

Pontes que nos trouxeram até aqui,
A essas pedras!
Então jogamos fora os porquês,
Sem nenhum sentimento de culpa.

Para os outros morremos hoje,
E talvez seja um dia triste,
Difícil de ser aceito
Pelas nossas famílias.

Mas o que deixamos?
Dor, inveja, brigas!
E nenhuma semente,
De uma árvore frutífera.

Aceitamos ser infelizes na vida,
Quando negamos o nosso amor,
Mas agora que a tenho,
Não a perderei jamais.

Então eu vou primeiro,
E você vem logo em seguida,
Pra que eu não me sinta sozinho,
E juntos celebrarmos nossas vidas.

Seremos eternos,
Como também,
Será eterno o nosso amor,
Viveremos bem.

Ficaremos bem,
Vem,
Vem,
Vem.

Com a gratidão de sempre,

2 comentários:

ernani-fotografias disse...

Sua poesia "visinhos" fala de diversos assuntos.
Sobre uma manhã, um despertar e um corpo que aquece.
Como testemunhas, o sol e pedras, e um grande amor proibido.
O final fala também em partida e amor eterno.
Gostei muito e a poesia está de parabéns, mas o final me parece triste, e aprecio mais um final feliz. Abraços.

More Aqui SP disse...

Eles foram felizes na eternidade, depois de passarem uma vida inteira fingindo se odiarem. Valeu Ernani, abraço.

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